Bolas de vidro, um violinista e uma limonada
Eu sou um sujeito absolutamente
observador e reflexivo. Por causa disso, às vezes chego a ser absurdamente
curioso e demoro muito pra tomar decisões. Confesso que essa característica é
uma das coisas que me faz ter mais vontade de estudar a Complexidade. Afinal,
ela nada mais é do que a observação de como as pessoas tomam decisões diante da
vida.
Nas minhas observações sobre o
assunto identifiquei alguns padrões sobre a forma como as pessoas lidam com
situações complexas no seu cotidiano. Esses padrões também têm certo nível de
elaboração, aqui eu vou do mais simplista para o mais sofisticado e para
ilustrar uso algumas “abordagens” que são de conhecimento popular.
Faça do limão uma
limonada
Alguns amigos preferem fazer uma
caipirinha mesmo. Todo mundo já disse ou já ouviu isso. É o que você diz quando
quer ajudar alguém, mas não se lembra de nada mais inteligente pra falar. A máxima
ilustra bem nossa tentativa de reduzir uma situação complexa em algo pontual. Ou
pior, ela retrata nossa incapacidade de identificarmos a complexidade das
coisas. Isso pode parecer besteira, mas tente conversar sobre os problemas de
uma pessoa por mais de 5 minutos e você vai concluir que o buraco é sempre mais
embaixo, não se pode tratar de modo tão frio, é desumano. Eu associo as pessoas
que se utilizam da declaração acima àquelas crianças que quando perguntadas
sobre algo respondem apenas “porque sim”.
Não deixe que caiam
as bolas de vidro
O John Maxwell conta um fato ocorrido com o Brian Dyson,
ex-vice-presidente da Coca- Cola, que tinha uma forma no mínimo peculiar de encarar
a complexidade da vida, ele dizia:
Imagine a vida como um Jogo no qual você tem de equilibrar cinco bolas
ao mesmo tempo: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e a vida espiritual.
E você não pode deixar nenhuma delas cair. Logo você perceberá que o trabalho é
uma bola de borracha — se ela cair, depois volta e dá para pegar de novo. Mas
as outras quatro bolas — a família, a saúde, os amigos e a vida espiritual —
são feitas de vidro. Se uma delas cair no chão, ficará irremediavelmente
arranhada, marcada, avariada, prejudicada ou mesmo quebrada. Nunca mais será a
mesma. É preciso compreender isso e se esforçar para dar equilíbrio à vida.
A questão aqui é ser um bom
malabarista ou saber escolher bem qual bola você vai deixar cair. O que importa
de fato é saber priorizar. Ocorre que alguns desses “priorizadores” se esquecem
que as bolas podem ter uma ligação entre si e quando uma cai, puxa todas as
outras.
Não quebre o pescoço –
Um violinista no telhado
Esta é a abordagem que mais me
agrada, talvez por estar envolvida em um contexto cultural. É a visão judaica
da complexidade da vida contada pelos próprios judeus, o que torna a coisa
muito interessante. Aqui, cada judeu de uma pequena aldeia russa é considerado
um violinista no telhado, tentando arranhar uma melodia agradável e simples sem
despencar de lá de cima e quebrar o pescoço. Segundo a excelente análise do
Marcelo Moreira, o violinista no telhado é um símbolo adotado como
representante do povo judeu, que vive sempre em situações de instabilidade e
iminente queda, mas que tenta manter o equilíbrio e a alegria de viver por meio
daquilo que lhes une como povo onde quer que se encontrem: a tradição.
O
violinista no telhado tem tanta relação com a complexidade nossa de cada dia que
eu vou fazer um post só pra ele. Por enquanto basta saber que é uma abordagem que
apresenta todas as variáveis de vida que nós temos que administrar diariamente.
Mostra também que esta tarefa exige termos um lugar onde se segurar quando o
barco balança.
Tecnologia do Blogger.
Em versão beta
Marcadores
Observações
Complexidade
Reflexões
Equilíbrio
Beta
Inspiração
Violinista
Complicação
Curiosidade
Descomplicação
Formação
Gestão Pública
Leitura
Mobilização
Preconceito
Simplicidade
Decisões
Desenvolvimento
Doenças de Hoje
Engajamento
Estereótipos
Intolerância
Música
Occupy
Idiocracy
Idiotas
Informação
Motivação
Perdão
Política
Psicólogos
Resenha
Saúde
Tapeceiro
Terapia
avaliação
começo
teste